segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Se isso não é amor, o que mais pode ser?

Da minha última postagem para cá, muita coisa na minha vida mudou. Ainda não estou certa se mudou para melhor ou para pior só vou descobrir a partir de hoje. Na minha "antiga" vida, eu morava com meu companheiro, aliás, ex companheiro, pai de minha filha, num apartamento de um grande prédio. Minha sogra também morava conosco, e ela, aliás, é um amor de pessoa. Minha vida era calma, mas vida de casal, ainda mais de um casal de jovens como éramos era uma vida bem difícil de levar, com muitos atritos. Uma vida onde apenas o amor segurava uma futura e provável separação.

No meu caso, nem o amor segurou. Um dia acordei sentindo que algo estava errado, que algo ruim estava prestes a acontecer, e esse sentimento estranho durou dias, semanas, até que um dia aconteceu. E depois de uma longa conversa e de conclusões que eu já sabia que viriam, vieram palavras fortes e que eu não esperava: gosto de você, mas não como você merece, sinto um carinho imenso e uma amizade, mas é só isso.

A princípio, eu pensava estar me separando por incompatibilidade de personalidades, por imaturidade, por tantas outras coisas, mas não por falta de amor. Depois disso meu mundo desmoronou. Essas palavras são a pior coisa que se pode ouvir daquele que se ama, daquele com o qual você queria passar o resto da vida, construir uma linda e unida família. Essas palavras são destruidoras e destruíram meus sonhos e meu coração.

Chorei dias sem parar, passei noites em claro e não pude nem sequer tomar remédios que me ajudassem a dormir porque tenho a responsabilidade de acordar pelo menos duas vezes de madrugada para alimentar meu bebê. Meu coração e meu peito doíam de verdade.

Ontem, ficamos juntos, sei que não devia ter feito isso, mas foi mais forte do que eu. Aparentemente algumas coisas mudaram, e agora ele vem dizendo que me ama, o que de fato me deixou muito feliz no início e uma provável reconciliação pairou no ar.

Mas depois de ontem, não sei, mas uma coisa dentro de mim mudou. Parece que ele desceu do céu e agora está aqui do meu lado, exatamente como eu, de carne e osso e atrás dele vejo uma fila que pode andar ou não, basta eu querer.

Pensei muito nessa reconciliação, amo demais esse homem, mas, e o que ele sente por mim? Será que é amor? Se não é amor, o que mais pode ser? Creio ser sentimento de perda. Acho que está apenas sentindo minha falta porque não estou mais na rotina dele, mas daqui a um tempo ele vai esquecer isso e vai estar muito bem sem mim.

Estarei eu sendo burra? Provavelmente sim, mas não pretendo arriscar de novo. No momento em que me encontro preciso de forças, não de correr o risco de perder as que me sobraram.

Conversamos hoje, dei a chance de ele me surpreender, de tentar uma reconquista, mas ele claramente pensa que isso não é necessário. Sabe que o amo e acha que estou em sua mão. Já estive, mas não estou mais.

E acabamos assim, ele queria ouvir que eu o queria de novo, só pra mim, mas eu nada disse. Eu queria ouvir dele o mesmo e até mais, mas ele nada disse. E agora estamos separados e conformados e seguiremos nossas vidas, e conheceremos outras pessoas, e nos apaixonaremos e amaremos tudo outra vez. E algum dia, quem sabe, ficaremos juntos pela última vez, ou, de vez. Queria que fosse diferente, mas a falta de maturidade e o orgulho de ambos exterminarão esse lindo amor, e o pior é que nós dois sabemos disso.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Dois anos é quase uma vida?



Vida. Tem gente que só sabe reclamar da própria. Tem gente que só sabe reclamar das dos outros. Tem gente que nem sabe reclamar da própria, mas reclama das dos outros.

Muita gente diz que falar da própria vida é muito complicado por ser um assunto muito complexo. Eu diria isso, há dois anos atrás, quando eu não tinha responsabilidades e nenhuma perspectiva do que estaria fazendo hoje. Se alguém me perguntasse: “O que voce acha da sua vida?”, eu diria: Sei lá, ela é legal, eu acho. Não tinha muito o que dizer. Era uma vida simples, porém vazia. Eu até trabalhava, me ocupava, lia, ria, dançava, mas, ainda faltava muita coisa para que eu pudesse dizer que minha vida era completa.

Ter sonhos, sim eu tinha, e isso fazia com que minha vida não fosse tão vazia assim. Tinha sonhos de ser poetiza, escritora, atriz. Eu achava que minha vida ia ser simplesmente trabalhar em algo que eu gostasse muito, ter um grande amor, casar e ser feliz. Pelo menos era o que eu imaginava desde os meus quatorze anos, que fosse acontecer. E além de escrever, nada me fazia mais feliz que atuar. Mas aí surgem outras questões... quisera eu que fosse simples assim. Hoje vou atuar, amanhã escrever, sabado atuar, domingo escrever e assim seguiria feliz até o fim da minha vida. Mas, alguém aí já viu atriz ou escritora ganhar dinheiro no Brasil? Só se for da Globo! O que definitivamente não era o que eu planejava para mim. E a vida também não, essa sim tinha grandes e extensos planos pra mim. Eu já estava mais que na hora de colocar os pés no chão e decidir para o que eu prestaria vestibular, o que eu gostaria de fazer pro resto da minha vida (numa visão geral do assunto). Ô problemão esse quando se trata da cabeça de uma jovem sonhadora de 18 anos. Naquela época, eu só queria ser eu mesma. Eu até me orgulhava de quem eu era!

Nessa época eu também reclamava da vida,da minha e das dos outros. Se eu soubesse onde eu estaria hoje eu teria mudado tanta coisa. Teria feito tanta coisa! Lendo isso eu tenho a impressão de que essas palavras foram escritas por meu pai. Chego a ouvir sua voz me dizendo pra criar juízo. Mas como eu poderia fazê-lo se eu nem sabia o que ele queria dizer com isso? Eu deixava de ter juízo por não ter certeza do que queria fazer pro resto da minha vida? O fato é que em pelo menos uma coisa eu sei que errei. Eu devia ter estudado mais, devia ter iniciado uma faculdade antes, porque ao menos assim eu saberia se queria ou não fazer o tal curso. Atualmente não tenho esse privilégio de poder ficar migrando de cursos. Tenho que escolher um só.

Se arrependimento matasse... Espero que alguém que esteja nessa fase tão decisiva da vida, que é a do vestibular, possa ler esse texto e aprender com a minha burrice.

E só se passaram dois anos... Dois anos não é “quase uma vida”. Dois anos é uma vida.